Líder do PS acusa Governo de querer "fechar o país"

O secretário-geral do PS, António José Seguro, acusou hoje o Governo de querer "fechar o país", ao proibir novas despesas na administração pública, e de estar "esgotado", pelo que faz "asneiras em cima de asneiras".
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Questionado pelos jornalistas sobre como viu o despacho do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, a proibir novas despesas na administração pública, o líder do PS respondeu: "Muito mal, muito mal".

O despacho, argumentou António José Seguro, "espelha bem" as medidas preconizadas pelo Governo para sair da crise.

"É fechar o país, é fechar os serviços, é dificultar a vida das pessoas", criticou.

O secretário-geral do PS falava aos jornalistas após visitar a mina de Neves Corvo, no concelho alentejano de Castro Verde (Beja), onde reagiu ao despacho assinado por Vítor Gaspar na segunda-feira.

Os ministérios e serviços do setor público administrativo, da administração central e da segurança social estão proibidos de contrair nova despesa, de acordo com o despacho do ministro de Estado e das Finanças, que produz efeitos desde segunda-feira.

Questionado hoje sobre se Vítor Gaspar deve revogar o despacho, António José Seguro disse que "isso é um problema do Governo".

"Este Governo está esgotado e, portanto, faz asneiras em cima de asneiras", acusou.

Segundo o líder do PS, a sua "responsabilidade" é a de "apresentar propostas e soluções para oferecer aos portugueses".

"E para resolver os problemas do nosso país, renegociar as condições do nosso ajustamento e definir uma estratégia de crescimento e de emprego", continuou.

Confrontado com o buraco de 1,3 mil milhões de euros, devido às quatro normas do Orçamento do Estado consideradas inconstitucionais pelo Tribunal Constitucional, Seguro desdramatizou.

"Só a derrapagem orçamental do ano passado é três vezes superior a esse montante. O que nos está a conduzir para a tragédia é, precisamente, esta politica errada de austeridade", argumentou.

O líder do PS aludiu ainda às recentes declarações do Prémio Nobel Paul Krugmann, que "veio dizer que mais austeridade vai significar mais crise e mais problemas".

"Nós não podemos resolver as consequências da causa da austeridade com mais austeridade. Somar a austeridade à austeridade é um disparate", corroborou Seguro.

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